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Introdução:
Com a premissa de recriar um dos maiores clássicos automobilísticos dos jogos de corrida, Crashday virou pauta e concretizou-se num projeto que, segundo eles, certamente atrairia o público da autovelocidade. Iniciado pela alemã Moon Byte, seus produtores desejavam elaborar um jogo cuja síntese fugisse dos rachas convencionais, embora outras tentativas no mercado já apareceram usando o mesmo tema. E baseado no conceito do inesquecível Stunts, de quase duas décadas atrás, Crashday harmonizaria o realismo que a tecnologia dos dias de hoje poderia surtir, com a idéia das manobras arriscadas em veículos possantes, e pistas insanamente perigosas, desafiando sempre a gravidade e, conseqüentemente, a lei do bom senso.
Após muito trabalho, o resultado final chega às prateleiras, com a promessa de que o estilo de Stunts, onde a diversão e o lado arcade assume o lugar da simulação, ainda tem espaço para os dias de hoje.
Jogabilidade:
Crashday traz a reunião de diversos formatos abordados em muitos títulos de corrida, porém sua máxima está nos pontos principais que fizeram do pioneiro Stunts um título memorável. Não existe um nível de dificuldade a ser escolhido, e suas habilidades contra o oponente nem sempre serão colocadas à prova. Logo, você poderá ganhar dos adversários sem ao menos comprar um acessório de incremento, se valendo mais das habilidades, ou da ineficiência do adversário em determinados casos. O controle ostenta um certo realismo, e cada um das 12 máquinas expõem uma jogabilidade, peso e sensibilidade diferente. Mas quem realmente beira a verossimilhança são os estragos da lataria, concluindo no que há de mais moderno neste título, fazendo valer sempre do local e força do impacto para que seu veículo seja deformado coerentemente com a região acertada. Mas como o game extasia em excesso pelas batidas, o desempenho do carro parece ser irrelevante aos olhos da Moon Byte, e por mais que se capote, destroce ou aniquile o seu veículo, a performance dificilmente será comprometida, podendo ter um veículo sem os vidros, portas e capôs com a mesma potência de quando ele iniciou a corrida.
Optando pelo modo carreira, você dará início a diversas provas, que resultarão nas triviais conquistas de reputação para liberar novos carros e money, que poderá ser utilizados na compra de veículos, acessórios, peças para desempenho e toda a parafernália usual dos games do gênero da atualidade. Porém, fato é que, neste jogo, toda a parte de customização pode ser meramente coadjuvante, se considerarmos que a tônica do jogo está em despedaçar ao máximo o seu carro, levando tudo o que foi investido por água abaixo. Dentro do modo Career, você irá enfrentar todos os modos disponíveis do game, sendo obrigatório o triunfo em todas as etapas. Em Crashday, cada etapa é denominada "Evento", dividida em oito modos: Stunt Show é o principal, que consta em ganhar a disputa (sozinho ou em equipe) conseguindo o maior número de pontos com manobras arriscadas e que quase sempre finalizem na destruição de seu veículo. Porém é no Wrecking Match que o jogo pode conquistar, pois nesta espécie de Destruction Derby (para os mais antigos), o vencedor é aquele que, no muque, na metralhadora e mísseis, destruir os adversários dentro de arenas, levando à tona o sistema de dano do game. Outro modo semi-inédito é o Hold the Flag, que imitando um dos gêneros mais renomados do estilo FPS - o Capture a Bandeira - você deve em equipe pegar a bandeira e atingir checkpoints até completar todos; para roubá-la, basta tocar (ou atropelar) o veículo que a carrega. No demais, existem eventos denominados Mini-games, trazendo os tradicionais Knock-out, Race, Chase (perseguição), Pass the Bomb (uma tipologia idêntica a batata quente) e Bomb Run, sendo este último um remaker da película "Velocidade Máxima", no qual exige com que você mantenha uma velocidade mínima dentro do circuito para que a bomba não exploda.
Apesar de um conceito bastante versátil em seus desafios, Crashday peca numa física em que, ao mesmo tempo em que parecia adotar um comportamento interessante, se demonstra tão chula quanto ao dos jogos da série Test Drive. Ainda que ela seja a responsável direta pelo excelente sistema de colisões, bizarrices que desafiam a lei do bom senso e da gravidade, são vistas com certa freqüência. O maior exemplo é notado nas rampas quilométricas, quando seu carro atinge saltos e altura intermináveis, sendo possível se deslocar no ar (!), movendo o veículo para esquerda, direita, acelerar ou até mesmo frear, alcançando desta forma uma aterrisagem perfeita ou aumentando o numero de piruetas. Tecnicamente impossível, este tipo de feito logicamente favorece a jogabilidade do game, que nada mais retrata uma ficção entre veículos possantes do que a mais pura realidade neste tipo de cenário. Entretanto, por que não minimamente se comportar conforme as variáveis da física, se considerarmos que a jogabilidade, os danos, os impactos e outros fatores obtiveram tamanho êxito com essa tecnologia?
Mas Crashday parece ter sido feito mesmo aos saudosistas do antigo Stunts, ou minimamente trazer as insanas idéias daquele título à tecnologia de hoje. O jogo sequer tem opção de jogo de marchas manual (é fixo no automático), visto que também você deverá disparar e acertar o adversário sobre quatro rodas simultaneamente. É válido mencionar que toda a euforia das colisões está ligada somente na parte física dos veículos, pois se trata de um game voltado às raízes do arcade. Desta forma, não há como se esperar do realismo no automobilismo, como problemas de mecânicas, técnicos, ou até mesmo pneus furados. Incrivelmente belo (mais detalhes em gráficos), o título também dispõe de um editor de pistas, dando liberdade ao jogador - como em Stunts - edificar seus próprios circuitos e insanidades. Mas num modo carreira tão curto (um dia bem dedicado é suficiente para terminá-lo), essa talvez realmente seja a real intuição do jogo: explorar.
Áudio:
Seguindo uma linhagem à lá Need for Speed, Crashday também conta com sua seleta trilha sonora. O rock prevalece na lista com uma mescla de eletrônico, e certamente foi o gênero mais adequado para o estilo do game. Nas pistas, cada veículo tem seu motor exprimido de forma única, e cada aceleração é nitidamente distinta uma das outras. A sonoplastia dos impactos também foi bem trabalhada, e pequenos arranhões até fortes colisões transmitem barulhos reais, mas nada igual às explosões de mísseis ou veículos indo aos ares, que são exageradamente altos.
Multiplayer:
Na versão online, o jogo atinge outras proporções e, conseqüentemente, expande a diversão. O multiplayer segue os mesmos modos da versão solo, mas ao lado de participantes conhecidos, pode-se realmente jogar e sentir-se sujo com o amigo. Suportando até 6 jogadores - limitação que rendeu várias críticas de jogadores -, o editor de pistas é bem-vindo neste quesito, pois customizar os circuitos exclusivamente para rachas pela Internet é sem dúvidas melhor que optar pelos cenários já trazidos pelo game. A conectividade nos servers mantidos pela Atari é boa, porém experimentar o multiplayer via rede é a certeza de que os inconvenientes atrasos (lags) não irão atrapalhar sua corrida.
Graficos:
Apesar de não ser extremamente complexa, a beleza em Crashday pode ser avaliada em dois aspectos: os cenários e os veículos em si. O primeiro não se distingue tanto dos títulos de corrida contemporâneos, mas certamente agrada pelos pormenores, como a qualidade notável do piche dos asfaltos, dos campos vastos tomado pela grama e caminhos de terra, e dos soberbos efeitos de luzes, que resplandecem os raios do sol sob o calor da pista. É de assombrar também a enormidade das rampas, loopings e pontes que transformam o circuito em arenas de acrobacia, assim como a enorme extensão do próprio cenário, que é expressivamente amplo.
Já os veículos, o grau de excelência com que a modesta quantidade de doze veículos foi criada consegue impressionar. A lataria, fator primordial que caracteriza o quanto o carro parecerá real ou não, demonstra boa suavidade e seus traços não soam tão caricaturados como o usual. Evidentemente auxiliados por inúmeros efeitos de luz e sombras, os veículos contam com cores não tão expressivas, podendo desta forma evitar as qualidades de uma produção virtual. É possível enxergar nas dezenas de diferentes pneus a profundidade dos sulcos, e as muitas câmeras disponíveis favorecem a exibição dos carros em vários ângulos. Porém, o que a Moon Byte conseguiu inovar comprovadamente foi o belo sistema de danos, tão fundamental no propósito deste título. Um leve toque pode não deformar em nada a carcaça do carro, demonstrando que a força do impacto interfere diretamente no estrago, mas quando a batida é pra valer, os valores da física entram em ação, e emitem com bastante clareza o prejuízo. Não importa se o veículo for tunado, é spoiler capengando, luzes destroçadas, bumpers amassados: nada se preserva neste jogo, até que se conclua na destruição total da máquina, resultando num belo show explosivo seguido da palavra "Wrecked!".
Concluindo:
Prometido há mais de um ano, Crashday vingou com êxito sua promessa de ser um jogo empolgante, frenético e destruidor em todos os sentidos. Expondo uma beleza rica em detalhes, e um sistema de impactos que beira o realismo nos veículos munidos até a boca, o game consegue recuperar o conceito do que antiguíssimo Stunts abordava, em uma competição de manobras arriscadas, e pistas insanamente criativas. Porém toda essa tecnologia de colisões surpreende apenas no visual, pois o game tem genuínas virtudes (e defeitos) de um tradicional arcade, e seu propósito está mais para entreter pela objetividade do que persuadir pela ausência de detalhes mecânicos e outros assuntos derivados em games do gênero.
Num mercado tão competitivo, Crashday pode até ser considerado diferente, e por isso, não mede muitos esforços com outros títulos padrões do estilo. Ainda sim, a simplicidade de como o game é tratado pode não ser tão atraente para quem realmente gosta de vestir o macacão e sujá-lo de graxa, pois na pior das hipóteses, o único trabalho sujo a fazer neste jogo é exterminar o adversário sobre quatro rodas.
NOTA FINAL: 8,0
Fonte: GamesBrasil - UOL
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