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Enfim, se o título não parece tão chamativo para mais um jogo de terror da famosa série de survival horror da Konami, minhas sinceras desculpas por ser tão objetivo, ou você é um verdadeiro Irmão Coragem, não teme nem o que vem pela frente. Brincadeiras à parte, a terceira sequencia do mais puro terror japonês, lançada em 2003 para PCs promete seguir os parâmetros da série, provocando o verdadeiro medo no jogador, a cada passo do personagem. Mas será que PCs merecem ter isso instalado em seus HDs ou seria o medo finalmente vencido pela raiva de inúmeros jogadores crentes em mais um título com o troféu de ladrão de noites bem dormidas, porém traídos pelo próprio? Confira abaixo e... seja bem vindo a Silent Hill... mais uma vez!
Enredo
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Dessa vez, há de fato uma sequencia para a trama envolta na temida cidade. O Jogo segue 17 anos após o aclamadíssimo primeiro título da série, e sem um tempo determinado após o segundo. Na história, Heather Mason, filha do antes herói Harry Mason, está em compras num shopping da cidade onde mora, perto de Silent Hill, quando é abordada pelo detetive Douglas Cartland, em busca de uma conversa sobre seu nascimento. A adolescente se recusa e se tranca no banheiro feminino, para poder despistá-lo. Ao sair pela janela e entrar para o shopping por outra porta, ela se depara com uma criatura estranha numa loja de roupas. Logo ela percebe que aquilo não era humano e que estava se alimentando de um cadáver. A criatura se aproxima de Heather para atacá-la, mas ela encontra uma pistola no chão e começa a atirar freneticamente, até as balas acabarem. A criatura cai morta, e Heather se pergunta o que aconteceu. Em seguida, depois de se aventurar pelos corredores do shopping e passar por criaturas horrendas, ela encontra Claudia Wolf. Porém, o que aparenta ser uma esperança nesse mundo bizarro, só veio complicar a cabeça da garota, ao dizer que todos os monstros vieram presenciar a construção do Paraíso, destruído pela humanidade. Heather retruca e pergunta quem fez tudo isso, Claudia responde: ?Foi a mão de Deus.?e a cabeça de Heather começa a doer. Nesse momento, Claudia desaparece, deixando a menina e o jogador curiosos. Para não revelar mais da história, só digo que foi construindo perfeitamente. O suspense está presente em cada cena, fazendo do jogo um verdadeiro filme de terror. Infelizmente, o jogo acaba sendo curto, com metade se passando na cidade de Heather e metade em Silent Hill, mas deixa um gostinho na boca de quero mais bem vindo. E como de costume, o desfecho tem mais de uma possibilidade, mas aqui só foram postas três, sendo uma de brincadeira com o enredo inteiro. No geral, a sequência liga muito bem o primeiro jogo com esse, e ainda deixa espaços para mais dúvidas sobre o futuro da cidade e dos personagens.
Jogabilidade
O medo vai tomar conta de você até nos controles, mas esse trocadilho não veio por bem. Infelizmente, o porte para PCs não veio a calhar nesse quesito, pelo menos não muito bem. O uso do teclado e mouse até fluem quando se está investigando pistas pelos locais, mas fica frustrante em combates contra os monstros, principalmente os grandes ou os conhecidos ?chefões?. Quando se combinam o suspense de batalhar contra seus inimigos com um controle meio truncado, você fica desesperado para acabar com a luta imediatamente, principalmente em dificuldades maiores, onde munição e suprimentos são escassos. Leva um tempo para se acostumar com os comandos e faz você esquentar a cabeça de vez em quando. Pelo menos, há a possibilidade de configurar conforme o gosto, então não se preocupe em se frustrar imediatamente, tome seu tempo para ajustar os controles.
Visual
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A parte mais impressionante do jogo não são os cenários grotescos montados com muita cor vermelha e detalhismo medonho, nem dos próprios monstros, que espreitam cada parte dos cenários à sua busca. O que realmente é notável no visual do jogo são as faces de cada personagem, incrivelmente detalhadas e reais, a ponto de Heather parecer mais humana e cativante do que em qualquer outro jogo que use CG nas cenas. E vale lembrar que o jogo inteiro tem cenas sem CG, com os gráficos do próprio. Isso merece uma salva de palmas para o Team Silent, ainda mais em fazer o porte mais detalhado para os PCs. E claro, não só Heather, mas todos os outros personagens ganharam características únicas nos rostos. Não sei quanto ao PS2, mas acredito que esse jogo tenha levado ele aos limites. E lembre-se: o jogo foi lançado em 2003.
Som
A parte, aqui, funciona melhor com e sem o todo. Isso se deve ao trabalho árduo ao chefe de edição de som e mestre do gênero Akira Yamaoka. Tudo o que se ouve, seja música ou sons ou qualquer coisa que você pense ter saído do seu lado é graças a ele. Com experiência em outros dois jogos da série, é de se esperar que seu trabalho não falhe pela primeira vez. Se você dispõe de um aparelho de som potente, vai sentir medo até os ossos, pois cada som sai límpido e perfeitamente penetrante. No jogo, o som é o elemento chave para produzir medo nos jogadores, pois a química perfeita s baseia novamente em ?o que não é visto é temido?. Junte a fórmula com os cenários explicitamente medonhos e você tem algo perturbador e magnífico ao mesmo tempo. As músicas da trilha sonora tiveram uma novidade: pela primeira vez eram usadas vozes para compor as letras. Com a ajuda de Mary Elizabeth McGlynn, com sua voz suave e poderosa, e Joe Romersa, fazendo um vocal grave e, essencialmente, medonho, cada música reserva um detalhe na vida de Heather.
Conclusão
Por uma média de 7 horas, sendo prolongado por mais 2 dependendo da dificuldade, é possível encontrar em Silent Hill 3 uma sequência definitiva para o clássico de Playstation, deixando a marca da Konami como especialista em jogos do gênero. Há ainda extras, como destravar roupas e armas novas para Heather em New Game +. O jogo pode ser bem detalhado em cenários e ter feito personagens impressionantemente humanos, mas esqueceu que teclado e mouse devem trabalhar juntos nos momentos mais difíceis, o que não ocorreu muito bem. O som continua penetrante e medonho, agora com vozes por trás para ajudar no sentimento óbvio de medo que lhe aguarda. Mesmo com uma conclusão rápida e meio defeituosa, vale a pena voltar a Silent Hill.
Nota: 9,0 de 10,0
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