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O que é o mercado de games do Brasil?

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O que é o mercado de games do Brasil?
jandre pinheiro
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    Curioso
    ID: #704252
    Membro desde
    # O que é o mercado de games do Brasil?
    Resposta de jandre_pinheiro.

    Já percebeu quantas mudanças rolaram no mercado brasileiro de games nestes últimos anos? Se pegarmos a geração anterior, quase nenhum dos consoles foi lançado no país.

    O PlayStation 2 foi lançado oficialmente pela Sony no ano passado. Xbox? Esquece. Rumores que nunca se tornaram realidade. E o Gamecube? Bem, teve bem lá no comecinho o tal Gamecube brasileiro da Playtronic, mas logo desistiram e depois a ?Nintendo? disse que o trouxe. Só que você não o encontrava com embalagem em português, nem nada disso.

    Falando ainda da geração passada, o Playstation 2 foi lançado nos EUA em outubro de 2000, e lançado no Brasil apenas nove anos depois. Quem é de fora entenderia que o problema é que no Brasil vivemos em esgotos a céu aberto, temos 80% da população analfabeta e por ai vai.

    Mas não, o Brasil é uma potência em grande ascendência, onde pouquíssimas empresas de games colocam ou colocaram a mão no fogo. Acreditaram e pagaram para ver. Só que esses mitos acabam se tornando realidade pela carga tributária em cima dos jogos.

    A diferença é que enquanto o americano paga US$ 60 em um lançamento, nós pagamos de R$ 200 para cima. E enquanto eles consomem uma média de 2 a 4 jogos por mês, o mercado pagante e oficial brasileiro consome 1 jogo a cada 2 meses. Vale lembrar que estamos falando do mercado oficial, que é composto por distribuidoras como NC Games e Synergex. Não entram os jogos vindos pelas mãos de sacoleiros direto do Paraguai.

    Por que eu pago 200 pau em um jogo?

    O Sistema, aquele que é ditado e governado por um ser bucólico e ?foderoso?, decide que deve colocar uma porcentagem gigantesca de impostos em cima de um produto cultural como um jogo de videogame.

    Esse mesmo escroto engravatado está pouco se lixando se nos EUA eles consomem 2 a 4 jogos mensais, afinal de contas a fatia disso no Brasil é ?muito pequena mesmo?. A questão e culpa disso é quase que totalmente cultural, enquanto por muitos anos a pirataria dominou uma enorme e quase total fatia do mercado, essa imagem negra e nebulosa é ainda paga até hoje por nós jogadores e consumidores.

    Seria só isso? E que tal um pouco de falta de informação? Ou ?soberbos? executivos desinformados? Ou falta de interesse completa de todas as partes, você jogador, dos executivos, dos políticos? Vamos esquecer você, pois cada um tem sua própria consciência e vamos falar do mercado, ok?

    Ser amigo de fulano é bom!

    Sabe a Academia Brasileira de Letras? Ela deveria ser formada pela ?nata? dos escritores brasileiros como Lygia Fagundes Telles, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna.

    Mas no meio dos 1940, há também José Sarney, Marco Maciel e Ivo Pitanguy. Políticos e um Cirurgião Plástico? Mas eles são bons para estarem ai? Claro que não. José Sarney, por exemplo, está lá desde 1980 e escreveu um livro medíocre, mas porque ele está lá? Pelo simples fato dele ter poder para estar lá. Sim, ele pode, ele é dono de um estado, foi Presidente da República. Ele realmente pode.

    O mercado brasileiro de games tem em grande parte problemas semelhantes a esse. Onde um executivo que foi fraco em uma empresa, tem uma segunda chance em outra onde logicamente é fraco também, mas adivinha? Tem uma terceira chance!

    Então começa um furdúncio daqueles, aonde o executivo A, vai para a empresa B, o executivo B vai para a empresa C, o da C vai para A e por ai vai. São executivos que nunca fizeram algo e tão pouco entendem o que estão vendendo. Você não acredita? Pois pode começar a acreditar!

    Os jornalistas de games já presenciaram em coletivas diversos erros de nome do próprio jogo, de história, de personagens. Já viram o executivo segurar o controle como uma ?ferramenta? nova, como um objeto alienígena. Mas espera um pouco, ele é executivo do que mesmo? Ah sim... Eu já cheguei a ouvir asneira do tipo. ?Tenho um PlayStation 3 que é para ver Blu-ray.? Errr, mas a função do console seria qual mesmo? Bem, nem ele sabe.

    A questão é que isso rola com diretores, gerentes de produto etc. Com a tal ?nata? do nosso mercado de jogos eletrônicos. Aqueles executivos que deveriam estar brigando por uma redução de impostos, que deveriam estar fazendo o melhor para que você jogador tenha os melhores jogos, por melhores preços, com melhores opções. Mas eles não se preocupam com isso. Eles continuam ganhando seus salários altos e tomando seus uísques Blue Labels com seus semelhantes de outras empresas de onde já trabalharam ou vão trabalhar.

    Aquele mundo fechado, onde não se corre o risco de ser enxotado. Mas olha, não são todos, tá? Certas empresas apostam em pessoas novas e percebe-se descaradamente que estão fazendo muito mais do que aqueles dez outros juntos. Que se esforçam, fazem palestras, chamam o público para conversar e dá a cara à tapa para os problemas que surgem. Os outros, intocados, arrogantes, prepotentes, que em breve farão novas merdas, apenas sorriem e falam por trás. ?Bando de jornalistas desgraçados deu nota baixa para o jogo X, e eu aqui pagando almoço para essa raça.?

    Pois é, mas certa parte dessa raça vira amigo deles, porque ganham um jogo de R$ 200 e se sentem satisfeitos e agraciados por isso e chegam até a falar bem de um jogo considerado por especialistas e jornalistas de verdade uma bela porcaria. Felizmente essa porcentagem é inferior aos executivos medíocres do nosso mercado.

    Mas e ai, há esperança? Felizmente há uma porcentagem boa de executivos que se esforçam, vestem a camisa, estudam, se preparam e não ficam nesse meio escroto de engravatados laranja que pouco sabem o que estão fazendo. E espero de verdade que as novas empresas que chegarem ao Brasil, tragam rostos novos, novos ares e estratégias diferentes das adotadas até então. Funcionando está, mas poderia funcionar muito melhor.

    Autor: Spencer Stachi joga desde o Atari 2600. Foi consultor de games para revistas especializadas como SuperGamePower, PC Player e Big Max. Hoje é Diretor de Arte da OFÍCIO:DESIGN, ProBlogger colaborador de tecnologia, e consultor independente de games para empresas e pessoas. Amante do rock 'n' roll, colecionador de velharias gamísticas e um grande fã de séries.

    Site: URLaHR0cDovL2pvZ29zLmJyLm1zbi5jb20vbm90aWNpYXMvYXJ0aWdvLmFzcHg/Y3AtZG9jdW1lbnRpZD0yNDQzODgxNSZwYWdlPTA=

    jandre pinheiro
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      Curioso
      ID: #704255
      Membro desde
      # Re: O que é o mercado de games do Brasil?
      Resposta de jandre_pinheiro.

      Achei interesante, então resolvi dividir com vcs.

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