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Análise PS2: Ar tonelico ~ Melody of Elemia

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Análise PS2: Ar tonelico ~ Melody of Elemia
Anônimo
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    ID: #1013414
    Membro desde
    # Análise PS2: Ar tonelico ~ Melody of Elemia
    Resposta de Anônimo.

    Wee yea ra neee yor cexm her ciel en enclone bautifal sarla.(*)

    Introdução

    Sempre gostei de jogos alternativos. Embora meu acervo de PS2 tenha jogos AAA como Shadow of the Colossus, GTA:SA e God of War 2 (por que eu comprei isso?!), minha coleção consiste mais de jogos que não fizeram a cabeça da nação Gamer durante o reinado do PS2. E é com alegria que eu falo que deixei de comprar Final Fantasy 12 e Kindgom Hearts para comprar o primeiro jogo da trilogia Ar tonelico: Melody of Elemia (longe de falar que FF12 e KH são jogos ruins! PelamordeDeus!).

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    Ar tonelico (escrito com 't' minúsculo mesmo): Melody of Elemia é um jogo criado em 2007 por Akira Tsuchiya, que é responsável também pela série de RPG's Atelier. Neste jogo você assume o papel do Cavaleiro de Elemia Lyner Barsett que tem como missão proteger a torre que dá nome ao jogo de um ataque de vírus que ameaçam a tal torre caso contrário o mundo todo será condenado já que após sofrer duas catástrofes de proporções apocalípticas, a torre de Ar tonelico é a unica coisa capaz de dar sustentação a vida de todas as pessoas que vivem no continente flutuante de Sol Ciel (e por que não dizer do mundo?). Vendo que não é possível derrotar os vírus da maneira normal, a superior de Lyner, Shurelia, ordena a Lyner para que ele desca a torre a procura de um cristal chamado Hymmn Crystal Purger capaz de deter a ameaça.

    O início do jogo é meio clichê, é verdade, mas felizmente o enredo não se baseia (muito) na manjada "busca por 7 cristais que salvarão o mundo".

    Gráficos

    Rezam as lendas que a trilogia Ar tonelico não foi agraciada com um grande orçamento. Talvez isso explique o fato dos gráficos do jogo serem 2D em 95% do jogo, embora os desenhos dos personagens e alguns cenários sejam bem feitos. Aliás, acredito que, graficamente falando, tal jogo poderia ser muito bem feito para o PS1 sem muita dificuldade. Inclusive, o mapa-mundi do jogo é feito com pouquíssimos polígonos o que reforça ainda mais minha afirmação.

    Jogabilidade

    O sistema de combate de Ar tonelico faz lembrar um pouco do sistema de batalha usado em Final Fantasy 6 e Chrono Trigger. No topo da tela, há uma fila mostrando os ícones dos personagens e inimigos presentes na batalha acompanhada de uma barra de tempo. No instante em que a barra é preenchida, o personagem em questão poderá atuar. O interessante é que você pode ver quais serão os próximos personagens/inimigos que irão agir em seguida o que possibilita de elaborar uma melhor estratégia para lidar com as adversidades.

    ?? interessante também que nenhum personagem tem um estoque de Magic Points. Eles tem seus próprios ataques especiais (cada um tem até no máximo 4 ataques) que ao serem usados, sacrificam uma certa porcentagem de seus pontos de vida atuais. Quanto maior a quantidade de Harmocrystals (isso eu explico com mais detalhes depois) adquirida durante a batalha maior o leque de ataques especiais que os personagens poderão usar.

    "Como? Quer dizer que não existem magos neste jogo?!"

    Magos não. Mas temos magAs neste jogo e mesmo assim chamar de magas não é o termo mais apropriado.

    Em Ar tonelico apenas um tipo de raça é capaz de usar magias. Tal raça se chama Reyvateil que são seres criadas artificialmente para, originalmente, fazer a manutenção da torre de Ar tonelico. A magia usada neste mundo se chama Song Magic, em que através de canções uma Reyvateil é capaz de conjurar suas magias.

    Durante a batalha, a Reyvateil sempre estará localizada na linha de trás do grupo. Sua única função durante a batalha é cantar suas magias por algum tempo e, quando estiver forte o bastante, lançá-las contra o inimigo. Durante o jogo, quando uma magia de ataque é iniciada, uma porcentagem aparece no canto direito da tela. Quanto maior esta porcentagem, mais forte a magia será. Entretanto, enquanto a Reyvateil continua cantando sua magia, os Pontos de Magia dela vão reduzindo. Caso os Pontos de Magia dela cheguem a zero, uma magia de ataque será imediatamente lançada enquanto uma magia de defesa será quebrada. Claro existem itens capazes de oferecer mais pontos de magia para a Reyvateil sem contar que, caso a Reyvateil não esteja fazendo nada, ela recupera seus pontos de Magia gradativamente. Um grupo que tenha como aliada uma Reyvateil é algo para ser temido. Por conta disso, alguns inimigos tentarão atacar a Reyvateil de vez em quando, caso isso aconteça, você deve protegê-la a todo custo pois uma Reyvateil é capaz de morrer com apenas um único bom golpe.

    O jogo beneficia batalhas em que os guerreiros e a Reyvateil estejam em completa harmonia. Durante a batalha, no canto inferior da tela, existe uma barra que demonstra isso. A cada golpe aplicado no inimigo, uma barra azul aparece a partir do canto esquerdo enquanto isso, uma barra rosada aparece no sentido oposto que cresce a medida em que uma Reyvateil canta suas magias ou ataca seus inimgos. Quando as duas se encontram o grupo ganha um Harmocrystal que além de fazer com que as magias da Reyvateil fiquem mais poderosas em um tempo mais curto, possibilita que os guerreiros usem golpes mais poderosos e, no fim da batalha, ganhem mais itens. Não é raro que as batalhas demorem bastante caso o jogador queira ter itens mais preciosos em seu inventário.

    Deixando o combate de lado, vamos mover para um outro aspecto fundamental (e inusitado) do jogo.

    Enquanto que em boa parte dos J-RPG's os magos ganham magias através de Level Up's, o jeito em que as Reyvateils ganham suas magias é algo original: Não é através de Level Up ou encontrando "Materias" que uma Reyvateil ganha uma magia, e sim através de um processo chamado "Diving". Espalhados pelo mundo existem os chamados Dive Shops em que você pode literalmente entrar na mente de uma Reyvateil e a medida em que você consegue solucionar os traumas do passado e/ou problemas emocionais no subconsciente dela, a Reyvateil vai adquirindo novas magias.

    Sim... Algo quase igual ao que você viu no filme "A Origem".

    Entretanto, não basta entrar na Dive Shop e "zoar" com a mente da pobre garota. Para que você... Digo ela ganhe novas magias, você precisa de Dive Points para que você possa acessar mais eventos dentro da mente da Reyvateil e estes Dive Points são adquiridos no fim de cada combate. Não bastasse isso, você deve ter uma boa afinidade com uma determinada garota e você consegue isso através de converas que você tem com elas. Geralmente é necessário em média que você converse 3 tópicos para que consiga acessar planos mais profundos da mente de uma Reyvateil e você consegue estes tópicos seja encontrando lugares interessantes, passando por um evento marcante do jogo ou criando um certo item. Embora o sistema de ganho de magias seje bastante criativo e interessante usando elementos de Dating Sims, o processo pode se tornar meio monótono especialmente quando você já sabe da história de cada personagem.

    Sobre os itens, em Ar tonelico, da mesma maneira que acontece com os jogos da série Atelier, você não compra seus itens e armamentos, você cria eles. Não é raro que você perca boa parte do tempo misturando de 2 até 4 itens para criar um novo item ou armamento. Entretanto, para fazer um determinado item, você deve encontrar um Recipe Card (seja comprando ou encontrando nas masmorras) que tem as instruções de como fazer um determinado item.

    O jogo conta também com um sistema de personalização de um personagem: Cada arma, armadura ou acessório que é encontrado pode ter de 1 a 4 encaixes de Grathnode Crystals que conferem vários bonus e efeitos para seus personagens. Alguns deles tem efeitos interessantes como um determinado cristal que "recupera 20% da vitalidade do grupo todo a partir da quantidade de dano causado por uma magia" por exemplo.

    Sons e Música

    Esta é a parte que eu considero o ponto forte do jogo. As músicas do jogo são bem feitas (isso se você deixar de lado aquele maldito rap que alguns compositores colocaram em algumas músicas de batalha). Entretanto, nada pode ser comparado as canções cantadas do jogo. E elas são muitas. Tais músicas são tocadas em momentos críticos do jogo como um confronto contra um determinado chefão ou algum evento marcante. O interessante é enquanto algumas músicas são cantadas em japonês (York of Love, EXEC_PAJA/#MISYA_extracting.) muitas delas são cantadas em uma linguagem original chamada Hymmnos e ao contrário do que você pode imaginar, tal linguagem não é algo "macarrônico" (Um belo exemplo seria a música EXEC_CHRONICLE_KEY/.). O próprio título do jogo por exemplo está escrito em tal linguagem e sua tradução literal significa "??nica (Ar) Árvore Divina (tonelico)". Aliás isso me faz pensar que Akira Tsuchiya deixou os gráficos de lado para justamente se concentrar mais na trilha sonora do jogo (até por que são as canções que movem este mundo).

    O jogo conta também com vozes dubladas porém elas não combinam com a maioria dos personagens do jogo descaracterizando-os (deram uma voz estridente e energética para a tímida Aurica e deram uma voz de homem pro efeminado Ayatane). Felizmente, é possível escolher entre a dublagem americana e a japonesa.

    História e Desenvolvimento de Personagens

    A história não tem muitas reviravoltas e durante o jogo você pode escolher entre 2 caminhos que influenciará no final do jogo (que alías são 6). Ela não é carregada de complexibilidade mas também não é uma história rasa como um pires de chá. Os 3 personagens principais (Lyner, Misha e Aurica) demonstram um desenvolvimento de maneira excelente (principalmente Aurica, na minha opinião). Pena que os outros personagens do seu grupo não tenham sido muito agraciados por esta característica.

    O jogo também é notável por mais uma característica: O jogo é cheio de insinuações e frases de duplo sentido. Algumas cenas certamente farão você pensar em coisas feias (como a [iurl=http://www.gamevicio.com.br/i/videos/40/40149-a-polemica-cena-do-agente-extensor-vital/index.html] infame cena do Agente Extensor Vital por exemplo[/iurl]) ou frases como "Dive hard into me!". E tais insinuações se tornaram marcas registradas da série assim como suas músicas.

    Desafino

    Entretanto, a Melodia de Elemia desafina em um certo aspecto: Eu vou ser sincero com você, leitor. Ar tonelico é INSANAMENTE FÁCIL!! Só para ter uma idéia, em minha primeira partida eu só usei o item de ressucitar personagens na batalha final do jogo. Logo na primeira parte do jogo você pode adquirir itens e magias poderosas demais e o sistema de personalização dos personagens com os Grathnode Crystals (que poderia ser um belo fator estratégico do jogo) apenas pioram as coisas. Eu só tive um certo desafio no combate final e no Plasma Bell (que se dá na terceira parte do jogo). Outro ponto negativo é que o jogo não apresenta side-quests e a não ser que você REALMENTE queira ver todos os finais dificilmente você jogará este jogo mais de duas vezes.

    Conclusão

    Ar tonelico: Melody of Elemia peca devido a sua dificuldade baixíssima. Entretanto, sua história, seu desenvolvimento dos personagens, a história do cenário do jogo (que é riquíssima) e principalmente suas músicas, compensam satisfatoriamente uma falha tão grave.

    NOTA: 7.5

    (*) Em minha alegria eu convido você para vir a este mundo e seja abraçado pela bela canção.

    Anônimo
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      ID: #1027279
      Membro desde
      # Re: Análise PS2: Ar tonelico ~ Melody of Elemia
      Resposta de Anônimo.

      Trancando o tópico para encaminhamento para análises aprovadas.

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