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Bioshock Infinite PS3 Análise

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Bioshock Infinite PS3 Análise
AIguy
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    ID: #1768047
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    Masculino, 30 anos, Solteiro
    # Bioshock Infinite PS3 Análise
    Resposta de AIguy.

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    Esperar foi a pior parte. Após o tremendo sucesso de Bioshock em 2007, com toda a sua pompa e brilhantismo de um dos melhores universos criados na indústria do entretenimento, fãs ficaram rapidamente carentes e ansiosos por uma sequência, ou pelo menos por mais da cidade submersa de Rapture. Felizmente a distribuidora 2K atendeu aos pedidos e com a permissão da Irrational Games, criadores da recém-formada franquia, fizeram Bioshock 2 em 2010, acalmando as ansias de jogadores fervorosos. Porém chegaria o momento em que sequências não bastariam e estagnariam a franquia. Visto que a Irrational é famosa por outros títulos aclamados, como SystemShock 2 e SWAT 4, que apesar de serem sequências, não possuem reais ligações com seus antecessores nem pontas soltas para uma sequência, era hora de partir para outro projeto. Mas não sem um background de sucessos. Em meados de 2010, o mundo foi apresentado ao trailer do mais novo trabalho da Irrational. E este era Bioshock Infinite, onde impera uma incrível cidade flutuante e um elenco de personagens que você jamais vai esquecer, perdoe-me o cliché. Após suscetíveis atrasos e mudanças drásticas no desenvolvimento do jogo, sua chegada acontence enfim em 2013. E o que há de se esperar? Algo bem familiar, e algo totalmente diferente. Ao mesmo tempo.

    Enredo

    E tudo começa com um farol. Em 1912, Booker DeWitt, um ex-agente da Pinkertons, se encontra diante de uma última chance de se redimir das suas dívidas em apostas e vida afogada no alcoolismo. Sendo levado por duas pessoas num barco até um farol perto da costa de Maine, nos EUA, ele é entregue com um único propósito: traga a garota e quite suas dívidas. Esta garota está presa em Columbia, uma cidade que sobrevoa os céus, insubordinada a nenhuma nação. Esta maravilha tecnológica é comandada pelo autoproclamado profeta Zachary Comstock, que alega ter recebido uma visão de um arcanjo e elevar um povo numa nova "arca" da sodoma inferior.Porém, ele está prestes a enfrentar uma guerra civil, onde o grupo emergente Vox Populi reinvidica a tomada de poder para os povos oprimidos de Columbia. Estes são os principais obstáculos entre Booker e Elizabeth, a garota que ele deve resgatar. Ela passou toda a sua vida trancafiada no alto de um monumento, apenas recebendo poucas visitas e lendo todo tipo de livro que pudesse encontrar. Apesar do começo remeter muito aos contos clássicos da Disney, com um cavalheiro tendo de resgatar a princesa do alto da torre, Infinite apresenta um conto absolutamente fantástico, dificilmente adaptável para qualquer outra forma de entretenimento senão os video games. Há todo um elenco de personagens fascinantes e nenhum deles deixa de ser aprofundado. Booker possui um passado vultuoso, o que estaria o protagonista escondendo? Elizabeth é uma garota meiga e inteligente, mas qual o motivo de ter ficado presa numa torre por toda sua vida? Comstock apresenta-se como um líder voraz, mas como ele se tornou o representante de uma cidade miraculosa? Essas e outras perguntas estão ali para você desvendar, pouco a pouco. A cada trecho do jogo um arco histórico se desenrola, com uma narrativa brilhantemente contada, através de diálogos, cartazes e os já famosos logs de áudio espalhados pelo cenário. Tudo se revela no seu devido tempo. O grande foco do enredo é Elizabeth, a "donzela indefesa" da vez. Numa óbvia comparação, ela é fortemente parecida com Bela de A Bela e a Fera. Ao primeiro contanto com a moça, ela se revela doce, delicada e bem inteligente, mas rapidamente se mostra uma aliada competente para ajudar a escapar de Columbia. A relação entre ela e Booker é a chave para se manter assíduo ao desenrolar a trama de Infinite, pois você tanto quanto os personagens querem descobrir os mistérios da cidade, o que nos leva ao decorrer do final. É de se esperar que em um Bioshock haja um ponto onde a trama mude completamente, com uma surpresa chocante. E não se preocupe, Infinite vai tomar rumos que você não vai esperar em um Bioshock. Como se começasse um jogo e terminasse outro totalmente diferente. E vale uma menção honrosa; fãs veteranos da saga irão ter um presente de "longo tempo de serviço" em determinado ponto, e é recomendável que joguem novamente o primeiro Bioshock para averiguarem este easter egg. Infinite irá abordar diversos temas e dilemas filosóficos, como a "racionalidade" do racismo; o limite da religiosidade; a "ilusão" da escolha e até as constantes e variáveis de uma narrativa, o que em si já é bastante profundo para qualquer mídia de entretenimento. E mesmo assim um jogo se atreveu a tal ato. O que pode desapontar um pouco é o fato de a história entulhar no final. Muitas das revelações acontecem nos atos finais do jogo, o que pode deixar muitos jogadores confusos e incertos do que acabaram de experimentar. Mas no final, Infinite apresenta um conto único e fantástico que dificilmente será esquecido em pouco tempo. Toda a experiência será motivo de debates entre amigos e mídia especializada por meses ou até anos a frente.

    Visual

    Columbia é o Paraíso. Ao entrar em primeiro contato com a cidade, há um sentimento de real paz interior com o gigantismo de sua arquitetura. As pessoas conversando, as nuvens passando por entre os prédios, o sol com brilho incandescente nas ruelas; tudo apresenta um verdadeiro espetáculo para se ver e sentir. Mesmo para um jogo de final de geração dos consoles, este preza pelos mínimos detalhes. Cada cenário é um mundo de diferença do anterior, indo de locais ensolarados e vívidos para sombrios e desolado em questão de metros, todos agraciados pelo belo visual steampunk que circunda a cidade. Quanto aos personagens, os elogios permanecem. Elizabeth, novamente, é de encher os olhos. Você vai acreditar que ela existe, graças às caras e bocas que demonstram todas as emoções com fidelidade. Booker, bem, pelo menos suas mãos são bem modeladas, porque isso é o que mais se vê dele durante o jogo. Piadas à parte, ele carrega consigo um grande fervor por sangue, pois todo combate em que está apresenta cenas bem grotescas, algumas até te tiram o encanto inicial de Columbia. No fim, todo personagem crucial foi bem modelado e fluido. E é o que faz os defeitos passarem batidos. Como qualquer jogo que faça uso da Unreal Engine, é de se esperar gráficos impressionantes, quando usada corretamente. Infinite ocasionalmente terá um pequeno atraso no carregamento de texturas e alguns bugs, mas se mantém firme. O que é mais grave da parte visual é que os consoles vai se deparar com texturas de baixa resolução aqui e ali. Fora isso, ilumine seus olhos com a beleza que é este jogo.

    Jogabilidade

    Infinite obviamente tem como grande foco a sua história comovente, mas não se chamaria video game se não fosse por essa parte. De começo, ele joga exatamente como um Bioshock deve ser jogado. Um FPS com elementos de exploração e "magia", ele tem de início todos os elementos tradicionais desde o primeiro Bioshock. Indo para o lado da ação de um FPS, Booker vai contar com um arsenal variado de armas, desde uma pistola até um lança-foguetes. E ele pode carregar duas delas, independente do porte delas. Agora, para os poderes, temos o Vigores. Essas poções, assim como os Plasmids de Bioshock, oferecem diversos poderes e habilidades para combater seus inimigos. Alguns serão familiares, outros novidades. E todos eles podem ser armados como armadilhas, bastando segurar o botão L1. Ao vasculhar os cantos da cidade é possível coletar Águias de Prata, para gastar em máquinas que vendem suprimentos, melhorias em armas ou vigores; ouvir logs de áudio e ver arquivos em vídeo, detalhando mais o mundo de Infinite; coletar infusões, que darão uma melhoria na suas barras de energia, vigor e escudo (este que se autorregenera e claramente é uma novidade) e consumir kits médicos e frascos de sais para regenerar suas barras de energia e vigores, sendo que agora não se pode carregá-los, apenas usá-los. Até então, nada de tão diferente. Mas o que adiciona sabor à fórmula é, quem diria, Elizabeth. A garota não é apenas um rosto bonito que você deve proteger a todo custo durante todo o jogo. Ela também é sua aliada em suas andanças por Columbia. Quando em calmaria, vasculhando os cenários, ela faz mais do que observações sobre o seu redor; ela vasculhará por itens e te entregará, como moedas, kits médicos e sais. Ela também é capaz de destrancar portas e cofres usando gazuas, outro item essencial para quem quer descobrir cada canto. Basta apontar que ela irá abrir seu caminho. Quando estiver em combate, ela adiciona um fator importante para a receita. Elizabeth é capaz de abrir fendas no tecido espaço-temporal, podendo trazer para o meio do campo de batalha todo tipo de ajuda. Ela pode trazer suprimentos, coberturas para se proteger ou ainda robôs ou torretas automatizadas para atacar seus inimigos. E quando estiver precisando daquela ajuda extra, ela ainda te oferece suprimentos durante o combate, vasculhando o local sem entrar no seu caminho ou precisar da sua ajuda. Booker ainda conta com mais um aparato a seu favor. Columbia possui trilhos aéreos espalhados por todo seu território, e para se avantajar deles há o Skyhook, o gancho aéreo. Ele permite com que Booker se locomova pelos trilhos e dinamize seu campo de batalha, se movendo de um lugar para o outro rapidamente. Ele ainda pode atacar diretamente seus inimigos com o gancho, realizando um ataque aéreo ou um golpe final grotesco e sangrento. O joga ainda trata das vestimentas de Booker, ao oferecer os Equipamentos, peças que vão te dar mais habilidades e melhorias, como os Tônicos em Bioshock. Cada combinação mostra um forma diferente de jogabilidade, portanto é bom saber quais combinam com seus estilo. Para dificultar um pouco as coisas, o jogo apresenta novos tipos de inimigos, os Heavy Hitters. A menção honrosa fica para o Handyman, um híbrido de homem com robô enorme que se movimenta vorazmente atrás de você e tem como ponto fraco o coração exposto no tórax metálico, e o Patriota Motorizado, um robô todo fantasiado de George Washington pesadamente armado e que profere citações do líder icônico enquanto te ataca. Apesar da imensa quantidade de diversão que se pode ter com a jogabilidade de Infinite, esta não é a inovação revolucionária que se espera. Já foi explorada, mas não deixa de divertir. Os combates tendem a repetir em certa dose, mas isso não vem ao caso quando você está distraído explodindo cabeças com o vigor de choque. Ás vezes ela entra na frente do contexto do enredo, como quando Elizabeth testemunha Booker matar pessoas pela primeira vez em sua frente e logo em seguida já está oferecendo munição sem nenhum remorso ou culpa. Contudo, o jogo é bem satisfatório em oferecer novas mecânicas neste mix, então jogue sem medo de enjoar ou se frustrar.

    Som

    "O que pode ser melhor que isso!?" diz Elizabeth, ou Courtnee Draper, quem interpreta a garota prodígio. Esta pergunta está definitivamente em aberto. Para entregar uma experiência fascinante como a de Infinite, era necessário fazer personagens críveis. E personagens críveis, em sua maior parte, falam. Felizmente um elenco escolhido à mão faz um trabalho espetacular de dar vida a estes personagens. Troy Baker, famoso por ter dado a voz para Duas Caras em Batman: Arkham City e Joel no próximo jogo da Naughty Dog, The Last of Us, faz de Booker um homem que passou por muitos desaventos em sua vida. Courtnee é a novata que interpreta Elizabeth. Apesar de nenhum histórico em dublagem, ela certamente foi a escolha certa para o papel, fazendo de Elizabeth um dos personagens mais carismáticos e memoráveis dos video games. Você pode facilmente sentir que Courtnee é Elizabeth, e vice versa. Nem mesmo o elenco coadjuvante deixa de receber elogios, especialmente Kiff VandenHeuvel, voz do Profeta Comstock, que realmente sabe entonar a voz como todo líder religioso deveria saber usar. Se de um lado temos um elenco fantástico, de outro temos um homem que deu à Columbia um tom celestial e melancólico, e ao mesmo tempo sombrio e voraz. Garry Schyman retorna à franquia mais uma vez para o posto de compositor, e definitivamente não há melhor posto para ele. Desde o começo da entrada em Columbia até os momentos finais e os créditos você não ouvirá nada além de geniosidade. Ainda se chega ao ponto de poder ouvir músicas conhecidas durante o jogo, como versões de 1912 de God Only Knows em acapella e Everybody Wants to Rule the World. Isso impressiona e agrada até os mais concetrados em apenas jogar por diversão, e não há o que reclamar disso.

    Conclusão

    Este jogo é um pacote completo. Uma história minunciosamente construída sobre um dos universos mais bem realizados em um produto de entretenimento, e que certamente será o tópico de conversas entre entusiastas por um longo tempo, com destaque ainda para a ótima localização para o Português brasileiro de legendas e textos; uma cidade e personagens tão vívidos e icônicos que te fazem desejar por mais conteúdo sobre eles, o que provavelmente será cobrido através dos já mencionados DLCs em produção pela Irrational; uma jogabilidade que, apesar de se manter verdadeira com seus antecessores, não peca em adicionar novas mecânicas à lista e ser extremamente divertida e de verdadeiras atuações vocais emocionantes e uma trilha sonora de melodia sinfônica precisamente épica. Isto pode continuar por uma eternidade de elogios, mas vamos poupar para que você que está interessado em jogá-lo possa tirar suas conclusões. Bioshock Infinite é alegado como um salvador do gênero de jogos FPS, por ser um jogo revolucionário em seus meios técnicos em meio a tantos jogos genéricos no mercado. Apesar de muitos fatos apontarem como verídica tal informação, Infinite é algo a mais do que um simples jogo de tiro inovador. Ele é uma experiência, sem nenhuma proposta de salvar ou revigorar qualquer gênero. Seu único esforço é de te abrir uma janela para um conto inacreditável. Basta você se deixar levar. Então vá e mergulhe fundo, ou melhor, decole e voe alto.

    Nota: 9.5

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    Anônimo
    Anônimo arrow_drop_down
      ID: #1769591
      Membro desde
      # Re: Bioshock Infinite PS3 Análise
      Resposta de Anônimo.

      Análise aprovada e oficializada.

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