Visual Novels não é exatamente um gênero que se possa chamar popular. Afinal de contas, estamos falando de um gênero em que sua jogabilidade se resume a escolher várias alternativas em um ponto chave de uma história após geralmente ficar pelo menos 15 minutos ou mais lendo várias janelas de texto para contar a história. Long Live the Queen, criado pela Hanako Games em cunjunção com Spiky Caterpillar, é um jogo que se encaixa neste gênero, entretanto, o jogo não é exatamente um Visual Novel no sentido mais puro da palavra.
A história do jogo é centrada em Elodie. Uma garota de 14 anos que, graças a morte de sua mãe, a Rainha do reino de Nova, é obrigada a abandonar sua vida normal e assumir o cargo de princesa até completar 15 anos em que ela será declarada rainha. Até aí nada demais, não fosse o fato de várias pessoas da realeza quererem usurpar a futura posição de rainha da garota nem que para isso seja preciso matá-la. O objetivo do jogo é simples: Sobreviver por 40 semanas até que ela faça seu aniversário de 15 anos.
Para quem já jogou Cute Knight (também da Hanako Games) ou ainda a versão ocidental vazada de Princess Maker 2 (do Estúdio Gainax), LLtQ será extremamente familiar embora com certas mudanças drásticas em comparaçao aos dois jogos mencionados. O jogo é basicamente dividido em 3 partes: O quarto de Elodie em que você poderá checar seus atributos, humor, as aulas que ela irá ter durante a semana e trocar de roupa (que garantem bônus em uma determinada área de conhecimento dela); uma cena que contará a história do jogo e ocasionalmente você será forçado a fazer uma escolha durante o diálogo; e por fim, escolher em que parte do castelo você irá ficar durante o fim de semana o que irá afetar os atributos do humor da garota.
Falando em humor, este é um elemento vital caso queria maximizar as habilidades dela. Eoldie tem 4 atributos de humor opostos: raiva/medo, animada/depressiva, decidida/submissa e pressionada/solitária. Dependendo do atual estado emocional dela (que é determinada pela emoção mais forte dela seja positiva ou negativa), você terá bonus e penalidades em certas habilidades. E ao contrário do que você possa imaginar, nem sempre estado de humor negativo é ruim dependendo de como você quer que Elodie evolua: Por exemplo, caso o estado de Eolodie seja depressiva, ela ganhará bônus com habilidades que envolve animais. O mesmo não acontecerá se a emoção mais predominante nela for de raiva o que na verdade irá acarretar em penalidades com a mesma habilidade o que faz com que seus estudos rendam menos e fatalmente não havendo um único progresso. Saber gerenciar o que você quer que ela aprenda com o estado emocional dela é crucial se você espera ter sucesso no jogo. Ou pelo menos chegar longe.
Durante a história, o jogo irá fazer várias checagens com seus atributos atuais contra o requerimento necessário de um certo atributo. Um exemplo disso é logo no começo em que o jogo faz uma checagem do atributo "Composure" para determinar se Elodie consegue ter sangue frio para não se assustar com uma cobra. Dependendo do sucesso ou fracasso deste teste, a história irá tomar um rumo diferente. Em outras vezes, ter sucesso durante uma checagem irá possibilitar fazer uma escolha e existe casos em que, caso você não tenha evoluido um certo atributo impossibilitando de fazer uma escolha, é morte certa.
A trilha sonora do jogo não é nada demais, são basicamente composições de piano que se encaixa com o tema do jogo. Seus gráficos são simples e paradões. Não existe nenhuma cusctene animada no jogo e toda a ação é resumida em textos e um ou outro efeito especial simples. Vozes então nem se fala.
Long Live the Queen é um jogo bem de nicho. Não foi feito exatamente para aqueles que são fãs de jogos com muita ação e sim para aqueles que não se importam em ler muito. Mas é interessante como a história se desenrola graças as escolhas que você fez ou graças as situações que você conseguiu vencer graças a seus conhecimentos. E boa parte de suas ações tomadas terão consequências no futuro e muitas vezes essas consequências serão fatais. O jogo é curto: basta apenas um pouco menos de 1 hora para vencê-lo e caso consiga superar todas as adversidades e sagrar-se rainha, você irá presenciar um dos vários finais que ele oferece graças a sua maleabilidade no enredo. Para finalizar, Long Live the Queen é simples e embora sua apresentação seja 'seca', o jogo cumpre bem o seu papel como um visual novel com pitadas de RPG. Não é um jogo para todos, mas aos que conseguirem superar seus preconceitos e jogarem ele, encontrarão um jogo simples e divertido que fará com que você fique na expectativa de se tornar rainha, ou de ver qual será o desfecho trágico da princesa Eoldie neste jogo de tronos.
NOTA: 6